Gil Monteiro revelou sua orientação sexual e episódio de homofobia em uma live na sua conta do Instagram
O cantor de música católica Gil Monteiro afirma ter sofrido boicote aos seus shows, por parte de dioceses, devido a sua orientação sexual. Ele decidiu expor todo o ocorrido em uma live na sua conta do Instagram, onde revelou ainda ser homossexual - fato que não era público.
"Fui convidado a não tocar em um evento da diocese na qual mais trabalhei até hoje. Foi uma ordem superior porque era 'grave' o que sou e o que fiz. O que sou e fiz? Eu sou gay. Estou num relacionamento há mais de cinco anos. Dentro dos meios que participava, isso nunca foi um problema e, de repente, se tornou. Aquilo me machucou muito, por isso, decidi falar", disse o cantor na live.
O artista ainda revelou que antes de se entender como um homem gay, passou por um processo intenso de autodescoberta e que cogitou, inclusive, se tornar padre para evitar viver relações homoafetivas.
"Eu tenho terapia em dia, faço há seis anos. Porque nasci em lar católico, aprendi a vida inteira o que a Igreja aprova e desaprova. Cheguei a pensar que meu caminho iria ser padre, teria que viver a castidade, isso que a Igreja recomenda. Aí fiz acompanhamento vocacional. Mas ser padre não é minha vocação. Poderia ser boa fuga", diz.
Gil contou ainda que se reclusou quando soube que estava sofrendo boicote das dioceses, mas que mesmo com as possíveis retaliações por ter 'saído do armário', prefere viver pelo "peso da liberdade".
"Ouvi (da diocese) algo como: 'Se Gil largar 'isso aí' pode cantar normalmente'. Eu poderia ter gravado outro projeto, tenho outras músicas de oração, enquanto estivesse no armário. Isso é o que mais acontece. É muita gente machucada, dilacerada. Ao me assumir, talvez esteja fechando portas. Não sei como será daqui para frente. Mas vivo pelo peso da liberdade, de não ter mais vergonha, não precisar cantar 'dentro de um armário'", afirma.
O cantor ainda deixou uma mensagem de otimismo para os fãs: "Eu quero que a música alcance muita gente. Minhas composições são de serviço ao próximo. Deus nunca me negou o espírito dele sabendo quem sou. Por isso, entendi que precisava transbordar e ajudar mais gente. Vim para construir pontes, e não barricadas".