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Museu de Ciências de Londres diz que blocos Lego podem ser anti-LGBT
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Visita guiada 'Seeing Things Queerly' (vendo as coisas de forma queer, em português) afirma que brinquedos reforçam ideia de que há apenas dois gêneros
Uma visita autoguiada do Museu de Ciências de Londres, na Inglaterra, diz que blocos de montar Lego pode ser anti-LGBT, informou o jornal britânico The Telegraph nesta quinta-feira, 6 de fevereiro. O tour, nomeado Seeing Things Queerly (algo como “vendo as coisas de forma queer”, em português), argumenta que o brinquedo reforça a ideia de que há apenas dois gêneros, numa lógica heteronormativa, quando ” heterossexualidade e o binário de gênero masculino/feminino são a norma e tudo que foge disso é incomum”.
“Assim como outros conectores e fixadores, os tijolos de Lego são frequentemente descritos em forma de gênero”, diz uma descrição no site do museu. “O topo do tijolo com pinos salientes é masculino, a parte inferior do tijolo com furos para receber os pinos é feminina, e o processo dos dois lados sendo colocados juntos é chamado de acoplamento”.
Idealizada pela Rede de Gênero e Sexualidade da instituição, o texto não apresenta qualquer fonte que comprove que as pessoas enxergam partes dos blocos Lego como femininas ou masculinas. Além das críticas à marca dinamarquesa, a visita inclui uma exposição sobre o boneco Billy Doll, de 1992, que tinha a intenção de retratar um homem gay.
Outros itens da exposição
Um exemplar do avião Spitfire compõe a experiência da Seeing Things Queerly, em referência a Roberta Cowell, primeira mulher trans a realizar uma cirurgia de afirmação de gênero, que pilotou caças na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Um par de galinhas Seabright Bantam preservadas, criado pelo cientista Thomas Hunt Morgan para estudar a herança genética da plumagem, também faz parte do guia.
Morgan acabou por descobrir papel dos cromossomos na hereditariedade. A visita indica que “uma mulher humana biológica geralmente tem cromossomos sexuais XX e um homem humano biológico geralmente tem XY”, mas que “hormônios, genitais e características como profundidade da voz e pilosidade” também são compreendidos como marcadores de gênero. Em seguida, afirma que há “diversidade na presença e combinações de características determinantes do sexo”.
Não é a primeira vez que o Museu de Ciências britânico é mergulhado numa polêmica. Em 2023, a instituição desmontou uma exposição por acusações de que tratava-se de “propaganda” trans. Intitulada Boy or Girl? (“menino ou menina?”, em português), a exibição apontava que gênero era algo “difícil de definir” que “pode não corresponder ao seu sexo biológico”.