Museu da Diversidade Sexual em SP será reaberto após 4 meses
Espaço foi fechado em abril e agora retorna com a exposição “Duo Drag”, que seria exibida antes de ser interditado
A Justiça de São Paulo determinou a reabertura do Museu da Diversidade Sexual , no Centro de São Paulo, que estava fechado desde 29 de abril, após ação judicial movida pelo deputado estadual bolsonarista Gil Diniz (PL), apelidado de “Carteiro Reaça”, que questionava as contas da Organização Social Instituto Odeon, responsável pela gestão do espaço.
Na nova decisão, a juíza da 5ª Vara de Fazenda Pública reviu a decisão anterior e autorizou a reabertura do museu, que ficou fechado por mais de quatro meses. Criado há 10 anos, o Museu da Diversidade Sexual é o primeiro instituto cultural da América Latina dedicado à população LGBTQIA+
Agora, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo informou que deve retomar as atividades do museu para o público nesta sexta-feira (02 de setembro) com a retomada da exposição “Duo Drag”, que estava prevista para estrear no local antes da decisão judicial que determinou o fechamento.
A mostra reúne fotografias de cinquenta drag queens que movimentam a cena paulistana desde os anos de 1980 até artistas iniciantes em suas carreiras, retratadas pelo fotógrafo Paulo Vitale.
Com curadoria de Leonardo Brioche, o trabalho inclui diversas artistas que são referências dessa representação, como Silvetty Montilla, Marcia Pantera, Kaká Di Polly, Miss Judy Rainbow e Lysa Bombom.
Além das fotografias, a mostra contempla ainda um vídeo com entrevistas feitas com as Drag Queens, que compartilham fatos sobre suas vidas. A visitação é gratuita durante toda a mostra, que segue até outubro.
Entenda o caso:
O fechamento Do Museu da Diversidade Sexual, localizado na Estação República do Metrô, em São Paulo, ocorreu após decisão judicial que indicaria ilegalidades na administração realizada pelo Instituto Odeon , que está à frente da gestão do museu desde janeiro deste ano.
A liminar que determinou o fechamento do museu e pediu o afastamento do Instituto Odeon da gestão do museu foi proferida pela juíza Carmen Cristina Fernandez Teijeiro e Oliveira em 8 de abril. A decisão resultou na paralisação de atividades no dia 29 de abril.
A juíza acatou uma ação pública movida pelo deputado estadual Gil Diniz (PL), que questiona o investimento de R$ 30 milhões realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa no Museu. O deputado ainda questiona a idoneidade do processo de Convocação Pública que elegeu o Instituto Odeon para a gestão do Museu da Diversidade.