Atirador de boate LGBTQIA+ é não-binário, dizem advogados
A defesa estaria tentando retirar acusações de crime de ódio contra pessoas LGBTQIA+
Anderson Lee Aldrich, atirador que matou cinco pessoas em boate LGBTQIA+ no Colorado, é não-binário e usa pronomes ele/ela, de acordo com os advogados que o representam em novos processos judiciais apresentados.
Os defensores públicos Joseph Archambault e Michael Bowman apresentaram várias moções na noite desta na terça-feira (22 de setembro), que incluíam uma nota de rodapé sobre a identidade de gênero do atirador.
“Anderson Aldrich é não binário”, diz a nota, de acordo com informações do Denver Post. “Ele usa pronomes ele/ela e, para fins de todos os registros formais, será tratado como Sx. Aldrich”.
A nota foi adicionada junto com as moções padrão que tratam de questões como abertura de documentos e coleta de evidências.
Aldrich, que chegou à prisão de El Paso, cidade do Texas, na terça-feira passada após receber alta do hospital, teve uma audiência de aconselhamentos programadas para a manhã da quarta-feira (23 de novembro), no tribunal de El Paso. Os registros o listam apenas com pronomes masculinos.
Os avisos são realizados para notificar os réus de possíveis acusações e, às vezes, para atender a pedidos de fiança. O réu aparecerá virtualmente da prisão, disse um representante do tribunal estadual ao Colorado Sun.
Aldrich enfrenta cinco acusações de homicídio, bem como cinco acusações de crime motivado por preconceito causando lesões corporais. Não ficou claro se as acusações federais de crimes de ódio serão arquivadas separadamente.
Acusações de crimes de ódio exigiriam provar que o suspeito foi motivado por preconceito, como contra a orientação sexual ou identidade de gênero real ou percebida das vítimas – provar que o atirador é não-binário, poderia evitar tal agravante.
Mudança de nome
Anderson Lee Aldrich já foi conhecido pelo nome de Nicholas Franklin Brink, tendo mudado de nome em 2016, após uma petição dos avós, seus guardiões legais à época. O motivo descrito na petição seria proteger Anderson de seu pai, Aaron Franklin Brink, um ex-presidiário e ex-lutador de MMA que se tornou ator pornô.
Usando o nome de Dick Delaware, Aaron apareceu em produções de 2014 e 2016, segundo informações do site IMDb.
O pai problemático também tem um extenso histórico criminal, incluindo condenações por agressão contra a mãe de Aldrich, Laura Voepel, antes e depois do nascimento de Anderson, de acordo com registros estaduais e federais.
Em 2021, Anderson foi preso após sua mãe relatar que ele a ameaçou usando armas de fogo, incluindo uma bomba caseira. Um vídeo da câmera de segurança, obtido pela Associated Press mostra Aldrich chegando à porta da casa de sua mãe com uma grande bolsa preta no dia da ameaça de bomba.
Posteriormente, as autoridades disseram que nenhum explosivo foi encontrado, mas os defensores do controle de armas perguntaram por que a polícia não usou as leis de “red flag” (bandeira vermelha, em português) do estado para apreender as armas que a mulher disse que seu filho tinha.