Fabricante de brinquedos sofre pedido de boicote por campanha LGBTQIA+

Por campanha com 'conjuntos de construção transgêneros', LEGO sofre ataques de conservadores nas redes sociais após fake news
LEGO enfrenta ataques de conservadores por campanha para público LGBTQ+ - Foto : Reprodução| Twitter

Com a aproximação do Mês do Orgulho, muitas empresas apresentam campanhas em apoio à comunidade LGBTQIA+ e, por consequência, se tornam alvo de diversas campanhas de boicote por parte de conservadores, entre elas está a gigante fabricante de brinquedos LEGO, que apresentou recentemente sua campanha “A-Z of Awesome” (algo como “Incrível de A à Z”, em uma tradução livre).

A campanha consiste em apresentar construções feitas por famílias LGBTQIA+ usando os bloquinhos. “Cada construção representa uma interpretação pessoal de uma palavra significativa da comunidade”, descreveu a empresa em um vídeo publicado no dia 11 de abril em suas redes sociais.

A promoção anunciava também que as construções estariam em exposição na LEGO House, em Billund, na Dinamarca , a partir do dia 24 de maio. Porém, em uma publicação no Twitter, o influenciador Oli London, que se identifica como “transracial” , disse que a empresa estaria lançando uma linha de brinquedos totalmente voltada para o público LGBTQIA+.

LEGO se torna TRANS!”, começa a postagem, compartilhada no último domingo (28). “A fabricante de brinquedos infantis LEGO lançou uma linha LGBTQIA+ com conjuntos de construção transgêneros para crianças de 5 anos ou mais.

Ele continua: “A Lego descreveu a nova gama como ‘um alfabeto colorido de identidades e definições feitas de blocos de LEGO’”.

No vídeo, a narração diz que “o A-Z of Awesome é uma celebração LEGO da bela e poderosa linguagem da comunidade LGBTQIA+”.

Um participante identificado como James diz que a empresa “oferece um espaço universal, mas o mais importante, seguro para você expressar e ser quem realmente é”.

A narração continua: “Convidamos membros da comunidade para construir criações em LEGO para representar suas verdadeiras histórias”.

Em pouco tempo, a repercussão negativa se espalhou pela rede social de Elon Musk e surgindo campanhas de boicote à empresa, com usuários usando hashtags como a “#boycottlego".

"Tenho três sobrinhos e dois irmãos que pedem LEGOs em todo aniversário/Natal. Agora não. Nunca mais compro", escreveu um internauta.

"Não @LEGO_Group também!" disse outro. "Nós te amávamos, LEGO, por ser divertido e ficar fora da política. Acho que meus quatro filhos e eu iremos a outro lugar para comprar brinquedos de crianças inocentes daqui para frente."

"Por favor, deixe @LEGO_Group ser a próxima empresa a perder bilhões", pediu outro. "Vá acordado, vá à falência."

Um porta-voz do Grupo Lego disse em nota à Newsweek que as informações publicadas no Twitter pelo influenciador são falsas e que não foi lançada nenhuma linha de produtos LGBTQIA+ voltada para o público infantil.

Na verdade, o vídeo compartilhado por London se trata da campanha “A-Z of Awesome” de 2022. “[A campanha] apresentava conjuntos construídos por nossos incríveis fãs adultos. Nenhum desses conjuntos está à venda", disse o porta-voz.

Parte do público rejeitaram as críticas e saíram em defesa da campanha. Um internauta afirmou que a empresa teria “dinheiro o bastante para lidar com qualquer boicote, do contrário não teriam começado a campanha”.

"Os conservadores nos chamam de ‘flocos de neve’ e depois são afetados pela LEGO", escreveu outro, enquanto um terceiro concluiu que "homens adultos boicotando a LEGO é engraçado porque eles admitem brincar com LEGOs mesmo como homens adultos".

"Todos vocês são tão estúpidos", outro twittou contra os críticos. "Ninguém está te forçando nada, você faz suas próprias escolhas com seu dinheiro. Ninguém está te ameaçando com uma arma forçando vocês, conservadores idiotas de m****, a comprar LEGOs."

Kit 'Todos são Incríveis', lançado pela LEGO em 2021 - Foto: Reprodução|Twitter


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