Maia Kobabe é uma escritore que se identifica como uma pessoa assexual e não binárie que decidiu contar sua história no livro "Gênero Queer", uma graphic novel autobiográfica que fala sobre seu processo de questionamentos e auto descoberta.

Ela trata na obra sobre suas diversas “saídas do armário” e como a cultura pop, na figura de ícones como David Bowie, One Direction, Tolkien e Harry Potter, ajudaram nesta trajetória.

A trama acompanha ume jovem na Califórnia, na virada do século, em um ambiente de liberdade nos costumes, efervescência cultural, e problematizações sobre gênero e sexualidade.

Censura nos EUA

"Gênero Queer" foi alvo de um movimento de censura LGBTfóbica e sofreu com pedidos de banimento de bibliotecas nos Estados Unidos, entre 2021 e 2022, o que, no entanto, impulsionou a procura pelo título, que é lançado no Brasil pela editora independente Tinta-da-China.

Na adaptação brasileira, um dos principais desafios, de acordo com a editora executiva da Tinta-da-China, Mariana Delfini, foi a adaptação da narrativa para a linguagem neutra.

“Maia se incomodava em ser tratada no feminino, ainda quando era criança, e a descoberta de pronomes não binários (do sistema Spivak, no inglês) foi um momento muito importante na sua vida. A linguagem é um tema de 'Gênero Queer'. Na edição brasileira estivemos muito atentos a isso”, disse a editora em entrevista ao Metrópoles.