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Polícia invade festa LGBT na Rússia dois dias depois de Suprema Corte emitir regra 'antigay'

Agentes fotografaram os documentos das cerca de 300 pessoas que estavam em um clube de Moscou; decisão do tribunal considerou o 'movimento LGBT internacional' uma organização extremista


Protesto em frente da embaixada Russa em Genebra (Suiça) - Imagem : Reprodução

Segundo relato publicado no canal Ostorojno Novosti, no Telegram, uma das batidas ocorreu em um clube na região central de Moscou, onde cerca de 300 pessoas estavam participavam de uma festa.

No meio da festa, pararam a música e [a polícia] começou a entrar nos corredores. Também estavam na festa cidadãos de outros países. Na saída, fotografaram passaportes sem autorização. O esquema foi funcionou, foi assim que eles fecharam clubes semelhantes em São Petersburgo," disse uma testemunha ao canal Ostorojno Novosti, no Telegram.

Kremlin adverte EUA para que não haja retaliações do país contra mídia russa após prisão do correspondente Um outro homem disse ao canal que, ao ver os policiais entrarem no clube, temeu o pior.

"Achei que era isso, ficaria preso 12 anos. Eles tiraram uma foto do meu passaporte na saída”, afirmou, se referindo à pena máxima prevista para aqueles que forem condenados por participação em uma organização considerada terrorista na Rússia.

Além de Moscou, houve batidas em várias outras cidades, como São Petersburgo, todas em locais frequentados pela comunidade LGBT. As autoridades, contudo, dizem que as operações tinham como único objetivo encontrar drogas, e negaram qualquer viés homofóbico.

Na quinta-feira, a Suprema Corte russa, atendendo a um pedido do Ministério da Justiça, declarou o "movimento LGBT internacional" uma organização extremista na Federação Russa, apesar de, na prática, não existir um movimento unificado e ligado aos interesses da comunidade LGBTQIA+, mas sim milhares de organizações separadas, incluindo muitas na própria Rússia

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A decisão não é específica sobre quais atos poderiam ser enquadrados na definição, e ativistas afirmam que, agora, até o simples ato de ostentar uma bandeira arco-íris, que no passado já levou muitas pessoas para a cadeia, poderia servir de pretexto para uma longa pena de prisão.

Contudo, aliados do governo de Vladimir Putin afirmam que a decisão não tem qualquer viés homofóbico, e se insere em um contexto de medidas anteriores, como a que proíbe o que as autoridades dizem ser "promoção de relações não tradicionais" na TV, cinema e teatro, chamada popularmente de "lei anti-propaganda gay".


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