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Deputada Erika Hilton e organizações LGBTQ+ cobram cotas trans no CNU

O Ministro do Trabalho havia dito que concursos públicos teriam 2% de cotas para pessoas trans. No entanto, nos editais do CNU, a medida não é mencionada



Ao ser anunciado o CNU, as informações sobre as cotas para pessoas trans não aparecem | Imagens - Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Na última quarta-feira (10de janeiro), o Brasil recebeu a divulgação dos editais de inscrição do Concurso Nacional Unificado (CNU) , o "Enem dos Concursos", que ajudará a recompor o funcionalismo publico brasileiro, defasado pela ausência de novas admissões há quase 10 anos.

No entanto, a falta de cotas para pessoas transgêneros chamou a atenção e gerou revolta de movimentos sociais e ativistas LGBTQIAPN+ , em especial pela expectativa criada, já que houve uma promessa feita pelo governo federal, por meio do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) , de que haveria 2% de cotas para pessoas trans em concursos públicos, na época da divulgação da seleção dos auditores fiscais do trabalho (AFT) pelo Ministro Luiz Marinho.

Nosso objetivo é explícito: que o Brasil tenha coragem em dar esse passo rumo ao futuro. Pessoas trans merecem trabalho digno e nada melhor do que isso do que iniciarmos, o mais breve possível, sua inclusão, via concurso, nos quadros no funcionalismo público federal”, escreveu a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) em suas redes sociais.

Em outubro do ano passado, o Ministério Público da União (MPU) anunciou cotas trans no concurso para a entidade, inserindo as pessoas trans ao percentual mínimo de 10% das vagas reservadas para minorias étnico-raciais.

No entanto, ao ser anunciado o CNU, as informações sobre as cotas para pessoas trans não aparecem, tendo apenas 5% das vagas dos cargos (em cada localidade) para candidatos com deficiência; 30% das vagas dos cargos da Funai (em cada localidade) para candidatos de origem indígena e 20% das vagas dos cargos (em cada localidade) para candidatos negros.

Como reação, nesta quinta-feira (11 de janeiro), Erika, junto de movimentos sociais como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (Ibrat), Fonatrans (Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros), Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (Abrafh), Aliança Nacional LGBTI e Rede Trans Brasil, enviaram um ofício aos Ministérios da Gestão e Inovação e do Trabalho e Emprego.

Enviamos ofício conjunto aos Ministérios da Gestão e Inovação e do Trabalho e Emprego, comandados por Esther Dweck e Luiz Marinho, solicitando explicações e reivindicando uma reunião emergencial para tratar do tema — dentre outros de suma importância para a dignidade de pessoas trans e travestis”, explicou Erika.


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