Ex-sargento gay que sofreu homofobia no Exército acionará o STF
Ex-militar afirma que foi perseguido e torturado na corporação após assumir relacionamento com colega de farda
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O casal de sargentos Fernando Figueiredo e Laci Marinho de Araújo (foto) acusam o Exército de homofobia - Imagens : Divulgação | Internet
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O ex-sargento Laci Marinho de Araújo levará para o Supremo Tribunal Federal (STF) o caso de homofobia que sofreu no Exército em 2008, quando foi preso após tornar público seu relacionamento com o, agora, também ex-sargento, Fernando Figueiredo. As informações são da coluna Rodrigo Rangel com Sarah Teófilo, do Metrópoles.
O casal serviu junto em Brasília quando, além de revelaram o relação amorosa, também denunciaram suspeitas de desvios de verba envolvendo oficiais graduados, o que os colocou em conflito direto com a corporação.
Fernando Alcântara pediu desligamento do Exército, já Laci respondeu a um processo interno por deserção que poderia resultar em expulsão. Contudo, diante das evidências de que a perseguição lhe causou transtornos psicológicos , ele acabou aposentado, porém com direito a apenas uma parte do salário.
Desde então, o ex-militar briga na Justiça para receber os vencimentos integrais, mas sofreu sucessivas derrotas, inclusive no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mesmo com jurisprudência favorável. O Exército é representado no processo pela a Advocacia Geral da União (AGU). Nesta quarta-feira (15 de março), o STJ deverá julgar o último recurso do ex-sargento contra a decisão.
Ex-sargento pedirá ajuda ao STF
Diante de mínimas chances de reversão do veredicto, o ex-sargento pretende acionar o STF: “Eu tenho esperança de que o Supremo reconheça meu pedido”, disse Laci ao Metrópoles.
O advogado de defesa e companheiro de Laci, Fernando Figueiredo, sustenta que a vítima sofreu sessões de tortura nas dependências do Exército, que incluíam sufocamento com saco plástico e socos na base do estômago.
Laci pretende ainda pedir ao governo Lula que reconheça formalmente a perseguição e a tortura. O pleito será apresentado ao ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.