Denúncias de violência contra LGBT+ aumentam mais de 300% no Brasil
Divulgados pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, os números são uma comparação de janeiro a maio de 2022
Decisão de 2019 do STF equiparou homofobia ao racismo e abriu as portas para denúncias - Foto :Vanessa Galassi / CUT-DF
Denúncias de violências contra pessoas da comunidade LGBTQIA+ aumentaram mais de 300% nos primeiros cinco meses deste ano, em comparação com janeiro a maio de 2022. Segundo a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, foram mais de 2,5 mil alertas em 2023, contra apenas 560 no ano passado.
Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, as denúncias de LGBTfobia resultaram em 13,8 mil registros de violações, sendo a maioria agressões física e psíquica. Outro dado revela que os homens são os que mais violam os direitos humanos de pessoas LGBTQIA+.
Os estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais somam quase a metade dos casos de LGBTfobia registrados em todo o país. O principal local dessas violências é a casa onde vive a vítima e o agressor.
Um dossiê divulgado no último mês, pelo site do Observatório de Mortes e Violências contra LBGTQIA+ no Brasil revelou a ocorrência de 273 mortes dessas pessoas de forma violenta no país, em 2022.
Os dados informam que, desse total, 228 pessoas LGBTQIA+ foram assassinadas, correspondendo a 83,52% dos casos; 30, foram vítimas suicídios (10,99%); e 15 mortes registradas por outras causas (5,49%). Desse modo, uma pessoa LGBTQIA+ é assassinada a cada 32 horas, ou a uma média de duas mortes a cada três dias.
Embora o total de crimes contra pessoas LGBTQIA+ tenha diminuído em relação a 2021, quando foram registradas 316 mortes, o Brasil continua campeão no ranking mundial desses crimes há 14 anos, seguido pelo México, com 120 mortes.