Contra intolerância, vice-prefeito da Suécia se veste de drag queen
Jan Jönsson realizou uma sessão de leitura de livro infantil para crianças para defender a liberdade de expressão e combater a intolerância no país
Na foto, Jan Jönsson como drag queen durante ensaio de fotos antes de fazer a leitura para crianças - Foto : Reprodução |Instagram
O vice-prefeito da capital da Suécia, Estocolmo, Jan Jönsson, 45, vestiu-se de drag queen e foi a um encontro com crianças em uma biblioteca local para ler para elas como uma forma de posicionar-se conta a discriminação de pessoas LGBTQIA+ e em prol da liberdade de expressão no país nórdico.
Membro do Partido Liberal, de centro-direita, ala hoje minoritária no governo sueco, Jönsson disse que a manifestação era também contra o populismo, em recado aos Democratas Suecos, grupo de ultradireita da política local.
Os ultradireitistas fazem uma campanha para proibir eventos de leituras em bibliotecas públicas conhecido como “Drag Queen Story Hour”, principalmente no sul do país. Esse tipo de evento começou em 2017, mas ganhou maior protagonismo em 2022, com as críticas dos Democratas Suecos, assim como vem ocorrendo nos EUA.
"As histórias e as drag queens não são perigosas para as crianças, mas o populismo e a intolerância são perigosos para as crianças e para os adultos", afirmou Jönsson.
Sagor är inte farliga för barn och det är inte dragqueens heller. Däremot har populism och intolerans krossat många individers drömmar genom historien. pic.twitter.com/HKrcDVTBXA
— Jan Jönsson (@janjoensson) June 13, 2023
Com vestido de estampa de flores, peruca de cabelo loiro platinado, batom vermelho e salto alto, o vice-prefeito leu fragmentos do livro "Os Irmãos Coração de Leão", da sueca Astrid Lindgren que fala sobre seguir suas próprias ideias e as batalhas contra a opressão.
"Estou usando meu corpo como uma espécie de tela para os artistas drag... para poder dizer que achamos que todos devem ser livres para se expressar", disse ele.
Ele afirmou que há partidos políticos suecos que têm planos para "restringir as liberdades dos outros, especialmente das drag queens", e que ele é “a favor de que as pessoas entendam que a Suécia deveria ser um país livre”.