O ginasta chileno Tomás González, de 37 anos, que competiu nos últimos três Jogos Olímpicos, declarou publicamente sua homossexualidade na própria autobiografia lançada recentemente. “Acho que não é mais um assunto, mas sim, sou gay”, disse ele, em entrevista ao site espanhol El Desconcierto.

González fez sua estreia nas Olimpíadas de Londres, em 2012, ficando em quarto lugar nos exercícios de solo e no salto do cavalo. O ginasta artístico terminou em sétimo lugar no salto de mangueira nos Jogos do Rio, em 2016.

O atleta diz que se entendeu gay aos 20 e poucos anos. No entanto, ele levou tempo para aceitar sua sexualidade. “Eu chorei muito naqueles dias”, disse ele. “Eu estava no processo de me aceitar como homossexual e senti que uma parte de mim também estava morrendo”, acrescentou.

Como muitos atletas LGBTQIA+, González diz que não aguentava mais ficar calado. O peso do segredo estava afetando sua qualidade de vida. “Depois de Londres [Jogos Olímpicos de 2012], eu disse: ‘Não aguento mais, está me fazendo mal, cheguei até aqui com ele, mas não estou gostando da ginástica ou das minhas conquistas”, escreve ele no livro.

González foi o primeiro ginasta artístico chileno a ganhar uma medalha em uma Copa do Mundo e se classificar para os Jogos Olímpicos de Verão. Ele conquistou nove medalhas, incluindo quatro de ouro, em eventos da Copa do Mundo e levou para casa seis medalhas nos Jogos Pan-Americanos.

“Hoje estou feliz que as coisas estão se normalizando. Nesse sentido, ainda se vê as novas gerações muito mais determinadas, talvez não tenham essa carga de religiões que tanto influenciaram a sociedade”, afirmou o atleta.