Ex-jogador cria time gay de basquete
Coletivo foi fundado em 2022 e tem como objetivo promover espaço livre de homofobia
Na, os intergrantes do Royalz BKT é o primeiro coletivo LGBTQIA+ de basquete de São Paulo - Foto : Reprodução | Instagram
Na busca de promover um espaço livre de opressão e LGBTfobia , Jefferson Campos, ex-jogador de basquete, criou o coletivo Royalz BKT, fundado em 2022. O time se reúne às sextas-feiras, a partir das 20h, no Parque da Aclimação, na capital paulista, para a prática do esporte.
"Quando eu vejo a quadra cheia é muito gratificante. Eu não imaginava que ia ter esse tipo de representatividade, esse tipo de apoio e nem toda essa visibilidade. Nós estamos acostumados a ficar dentro do armário , esconder a nossa identidade", desabafou o fundador do coletivo, ao site Superesportes.
O ambiente esportivo ainda é muito machista e LGBTfóbico, o que impede que atletas queer consigam expressar suas identidades e orientações sexuais de forma aberta, caso que ocorreu com Jefferson.
"Aos 14, 15 anos, eu já tinha plena consciência da minha sexualidade. E aí, vim ao longo da minha carreira, tanto na amadora quanto profissional, vendo amigos meus tendo que deixar as quadras por conta da sexualidade. Alguns resolveram estudar e, depois que saíram das equipes, assumiram a homossexualidade. Então, eu sabia que no basquete isso não seria bem aceito. No esporte de forma geral é assim, e o basquete é machista e homofóbico pra caramba."
A ideia de criar o coletivo surgiu especialmente para combater esta repressão a qual o, agora, treinador foi exposto na sua carreira esportiva.
"O passo de me assumir publicamente foi muito grande. Saí do armário em um Dia dos Namorados. Postei uma foto com o Júnior [noivo do atleta] e foi aí que as pessoas realmente souberam que eu sou gay. Fiquei preso no armário durante toda a minha carreira, então sair foi libertador."