Bear Plus Brasil
Møshe , o cantor
Há algum tempo que não há atrações que tragam algo além de apresentações performáticas e escrachadas no circuito gay. Representatividade é o que todos vão sentir com Møshe, artista que chega ao cenário cultural com música de qualidade. Suas apresentações estão longe de ser somente um show com reboladas, brilhos, caras e bocas.
Bear Plus Brasil entrevistou Møshe que é carioca, ele traz na bagagem repertório autoral e releituras de sucessos assinados por grandes compositores brasileiros e que tanto marcaram e que agora ganham qualidade vocal ímpar. 'Perfeitas Ressalvas' é a música que intitula um EP digital e deve ser ouvida com urgência e de olhos fechados! Voz aveludada, melodia envolvente e arranjo impecável é a fórmula que encanta, já nos primeiros minutos da canção.
Photo by Wagner Emerich Breder
Nas redes sociais, Møshe é Diva de Barba (@adivadebarba) e também é reconhecido por participação em projetos como no grupo musical e vocal ‘As Bee’. O artista, que parte agora para carreira solo, chega à capital paulista com pé direito e agenda agitadíssima, na quinta-feira (20 de junho) a apresentação no palco da 19º Feira Cultural da Diversidade, na sexta-feira (21 de junho ) fará outra apresentação na festa underground Subwoof e no dia 22 de junho será uma das atrações do concurso Miss Brasil Gay Universo.
“O Møshe desconstrói esse estereótipo do urso masculino e brinca com a dualidade de gêneros ao mesclar elementos masculinos e femininos em sua caracterização para suas apresentações. Tenho certeza que fará muito sucesso com o público por conta dessa identidade e todo o talento já comprovado em projetos que participou anteriormente!”, pontua Driko Hype, empresário do Møshe.
Para quem ainda não ouviu, Møshe está nas plataformas digitais Apple Music, Spotify e Youtube com suas baladas românticas e cheias de identidade. Só buscar na plataforma e sentir a grandeza dessa voz que promete!
Anote o nome e não deixe de conferir a agenda de apresentações que ele está preparando para os próximos dias.
Bear Plus : Møshe, o que levou a mudar de estilo musical, já que era cantor e até regeu corais para crianças e idosos?
Møshe : Na verdade não mudei de estilo, são trabalhos que fiz e que foram em sua maioria dedicados as entidades sociais que estava desenvolvendo mostrando a música e arte com o objetivo de melhorar a vida delas, só agora estou ampliando que estava guardado dentro de mim por há muito tempo.
Como foi a sua participação no canal a cabo “Multishow”?
Estava com a banda “AS BEE” que é um grupo vocal formado por quatro rapazes incríveis com vocais maravilhosos. A minha participação foi um grande aprendizado e muito importante para que abandonássemos tudo e partir daí comecei a explorar meu talento.
Antigamente era casado há 15 anos com uma mulher e até tiveram filhos, o que levou a assumir a sua homossexualidade?
Na verdade, a relação estava meio desgastada, apesar que me casei com uma pessoa incrível que sempre me apoiou e tenho muito amor até hoje pelos nossos filhos e com apoio deles, principalmente, me senti encorajado a falar abertamente sobre a minha sexualidade pra minha ex-esposa.
As músicas do seu novo trabalho do EP – PERFEITAS RESSALVAS, poderia falar um pouco para nossos leitores?
EP tem quatro músicas que falam muito de mim, das minhas referências musicais, claro que tem humor e drama nisto. É um momento novo para todos que vivermos neste país onde não nos sentimos respeitados e muito menos , acolhidos pela sociedade . Tem músicas para dançar, outra pra olhar a chuva passar. Lembrando que não fiz somente para a comunidade LGBT e sim para as pessoas que gostam de ouvir uma boa música e fico feliz com o feedback das pessoas pelas redes sociais e fico esperando os leitores e seguidores que curtam mais meu trabalho.
Photo by Wagner Emerich Breder
Em sua opinião, já que assumiu depois de algum tempo casado, temos até hoje pessoas que digamos “que não saíram do armário”. Você acha que é o momento certo delas “abrirem as asas” e declarar à todos vai valer a pena?
Olhe, vale a pena sim, por que não? Tem que ser feliz consigo mesmo, claro que cada um tem seus motivos para ficarem dentro, aliás, respeito que preferem ficar no armário, mas a verdade me senti melhor depois que falei pra minha ex-mulher e meus filhos.
Atualmente na música popular brasileira as mídias (jornais, televisão, internet e rádio) estão dando muito destaque para a comunidade LGBT e pessoas como Gloria Groove, Pablo Vittar, As Bahias e a Cozinha Mineira são alguns exemplos que estão causando. Você acha que isto é modismo ou a diversidade chegou pra ficar de vez?
Bem, até parece que ficou tudo mais fácil (risos) na verdade não ficou não. Claro que precisamos lutar para ocupar nosso espaço e ter mais vozes para serem ouvidas e difundidas em todos os meios de comunicação, ainda temos que falar e contribuir para a construção de uma cultura de respeito e amor, mesmo que nas dificuldades para se manter como artista, sendo ou não LGBT não podemos é nos esconder e provar o que viemos, sermos artistas inovadores.
Photo by Wagner Emerich Breder
Hoje em dia os ursos estão na moda e conquistando o seu espaço perante a comunidade LGBT, mas sabendo que no meio gay tem pessoas que odeiam eles, o que você acha sobre isto?
Triste saber que existe mesmo este tipo de preconceito, nem todos nós estamos felizes ao ficar do lado que é indiferente que você, quando a gente ama o nosso próximo e se respeita tudo é maravilhoso, mas garanto que um dia, todos nós da comunidade LGBT vamos dar as mãos e nos unirmos para um dia nascer feliz pra todos.
Voltando a falar dos trabalhos sociais que fez, poderia falar neles?
Minha vida é ajudar o próximo, isto faz da minha vida algo que somente uma canção poderia explicar, nasci em Búzios, uma cidade belíssima com suas praias e de lá comecei a fazer meu projeto do coral que está completando 20 anos e muitas histórias da minha vida estão por lá.
Meus alunos já sabiam da minha sexualidade, porque eu me abria a eles e hoje todos eles são meus amigos queridos que cresceram e se tornaram adultos melhores e que às vezes eu penso que vivo no mundo paralelo que é o Brasil, porque o amor e afetividade deles é maior e vivo cercado por todos eles.
Photo by Wagner Emerich Breder
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