O governo de extrema direita da Polônia, comandado pelo partido Law and Justice (Lei e Justiça, em português) parece ter perdido sua maioria parlamentar após as últimas eleições, realizadas no país neste domingo (15 de outubro). Se os resultados previstos se mantiverem, a mudança de poder pode arcar uma grande reviravolta para a vida da comunidade queer no país.

No poder desde 2015, o governo conservador tem perseguido a população LGBTQ+ e instaurado duras leis antiaborto e anti-LGBTQ+. Nos últimos três anos, a Polônia foi eleita “o pior país da União Europeia para a comunidade LGBTQ+” pelo Rainbow Europe Index anual.

Atualmente, o país não temnenhuma forma de união entre pessoas do mesmo sexo reconhecida e nenhuma lei de crime de ódio relacionada à orientação sexual ou identidade de gênero.

De acordo com as sondagens à boca-de-urna, o Direito e Justiça obterá 200 assentos parlamentares, enquanto três partidos da oposição deverão conquistar um total de 248 assentos, segundo informou a agência de notícias Associated Press.

Em declarações à agência, o ativista polaco dos direitos LGBTQ+ Bart Staszewski descreveu a perda da maioria do Law and Justice como o fim de um "pesadelo" para a comunidade. "Este é apenas o começo da recuperação do nosso país", disse. "A luta está à frente, mas estamos respirando ar fresco hoje."

Donald Tusk, ex-presidente da União Europeia e agora líder da Coligação Cívica, que obteve cerca de 31,6% dos votos disse que os resultados previstos marcam “o fim dos tempos difíceis”. “Sou político há muitos anos e sou um atleta. Nunca na minha vida fiquei tão feliz em ficar aparentemente em segundo lugar”, disse Donald aos apoiadores.

Ele complementou: “A Polónia venceu. A democracia venceu. Nós os removemos do poder. Esse resultado ainda pode ser melhor, mas já hoje podemos dizer que é o fim do mau momento, é o fim do Direito e da Justiça.”