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Casos de violência contra lésbicas aumentaram 50% em 8 anos

Estudo analisou casos de violências contra mulheres lésbicas, em comparação a heterossexuais, entre os anos de 2015 e 2022



Casos de violência contra lésbicas aumentaram 50% em 8 anos; revela estudo | Imagens - Istock

O número de casos de violência contra mulheres lésbicas teve um aumento de 50% nos últimos oito anos, em todo o Brasil. O número saltou de 1.721 para 3.478. Os dados fazem parte de um levantamento , feito pelas pesquisadoras Camila Rocha Firmino, Kamilla Dantas Matias e Suane Felippe Soares, que analisou dados dos registros do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sisan), entre 2015 e 2022. O estudo contou com o apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

O levantamento analisou dados de violência contra lésbicas cometidos por terceiros e autoprovocados que foram registrados nos serviços de saúde durante o período. Os resultados apontam um alto crescimento nos registros de violências sexuais, tentativas de suicídio entre jovens lésbicas e casos de violências sofridas em locais públicos, como ruas e bares, que ocorrem em maior volume, se comparados aos casos envolvendo mulheres heterossexuais.

De acordo com os registros, o tipo de violência interpessoal com maior número de registros foi a física, tanto para mulheres lésbicas (52,7%) quanto para heterossexuais (51,5%). Em segundo lugar, aparece a violência psicológica/moral, sendo 25,5% dos registros para lésbicas e 28,2% para as heterossexuais.

A violência sexual aparece em terceiro lugar, com a 14,8% dos registros contra lésbicas e 11,5% contra heterossexuais — vale lembrar que o estudo considera apenas os casos que foram registrados pelos sistemas de saúde, apontando um aumento de 6% para lésbicas e 3% para heterossexuais ao longo dos anos.

O estudo ainda aponta que cerca de 51% dos registros de violências contras mulheres lésbicas ocorrem em uma faixa etária entre 15 e 29 anos, período em que costumam assumir sua orientação sexual publicamente. Além disso, a pesquisa mostra que o local de maior risco de violência contra mulheres, tanto lésbicas quanto heterossexuais, é em casa. Porém, mulheres lésbicas estão mais suscetíveis (21%) a violências em locais públicos do que as heterossexuais (15%). Nos bares, as mulheres lésbicas sofrem cerca de 2% mais violências do que mulheres heterossexuais.

No caso de violências autoprovocadas, como autoagressões, tentativas de suicídio e suicídios, há quase o dobro do número de registros entre mulheres, em relação aos homens.

A pesquisa intitulada “Violência contra mulheres lésbicas: perfil dos registros de atendimento no Sistema Nacional de Agravos de Notificação – Sinan (2015-2022)” pode ser baixado de forma gratuita por este link .


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