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Casal lésbico ucraniano reúne sniper e especialista em metralhadoras na luta contra a Rússia , que tem lei anti-LGBT
Supremo Tribunal da Federação Russa decidiu que o 'movimento LGBT internacional' passa a ser classificado no país como 'organização extremista' e está proibido
Casal lésbico ucraniano reúne sniper e especialista em metralhadoras na luta contra a Rússia , que tem lei anti-LGBT
Supremo Tribunal da Federação Russa decidiu que o 'movimento LGBT internacional' passa a ser classificado no país como 'organização extremista' e está proibido
A Rússia é a inimiga. E Olga tem mais um motivo para combater Moscou. Em novembro, Supremo Tribunal da Federação Russa decidiu que o "movimento LGBT internacional" passa a ser classificado no país como "organização extremista" e está proibido.
Olga é lésbica e sniper das Forças Armadas da Ucrânia. Ela diz "luta contra as hordas que invadem sua terra natal" em fevereiro de 2022, dando origem ao conflito na ex-república soviética.
A atiradora de elite altamente treinada, também conhecida como Ulster, pediu que seu sobrenome fosse omitido, para a segurança de sua família, contou o "Daily Beast". Sua chamada para serviço é feita pela senha "Cerberus", o ser mítico de várias cabeças conhecido como "Cão de Hades".
"Se eu contar o número de minhas mortes confirmadas, estou colocando uma recompensa pela minha cabeça. Posso te dizer uma coisa: eu estava tão calmo quanto possível com o meu primeiro alvo. E eu não mato pessoas, eu mato inimigos", declarou a combatente de 24 anos que atua na região de Kharkiv.
Olga, que é veterinária de formação, diz que seus companheiros de front não se importam com o fato de ela ser abertamente lésbica:
"Pessoalmente, ser lésbica no Exército não é difícil para mim, não tive uma experiência ruim. Meus irmãos me tratam bem. Eles sabem que no momento certo estarei protegendo-os como eles protegem. Eu luto pelos direitos das pessoas LGBTQ+ sempre que posso. Isso é importante para mim!"
Apesar do posicionamento de Olga, a repórter Klara Vlahčević Lisinski disse ter conversado com muitos militares ucranianos gays, lésbicas e queer. Embora muitas vezes isso seja encoberto, a maioria deles sofreu algum tipo de assédio, desde provocações, espancamentos ou até mesmo estupro coletivo.
A namorada de Olga também está no Exército. Ela é uma especialista no uso de metralhadoras e não gosta de ser fotografada.
"Tenho amigas lésbicas no Exército e a minha namorada. Ela não gosta que suas fotos sejam mostradas, estamos juntos há mais de meio ano", contou a sniper, que não revela o que a companheira faz na vida civil.
"Quero que nos sejam dados os direitos que merecemos, que vivamos livremente como o resto da população da Ucrânia. Quero um dia poder casar com a minha companheira e ser mãe, principalmente porque não tenho mãe. Mas não antes do fim da guerra", finalizou a combatente.
Nas horas vagas Olga diz que gosta de sair com colegas, grelhar carnes e tentar relaxar. Ela adora gatos e sempre consegue ter alguns por perto no front. A veterinária até jura que eles a curam quando deitam em cima dela e aquecem suas costas. A ucraniana diz economizar parte dos seus vencimentos para gastar na atualização dos seus equipamentos militares e não depender dos suprimentos oficiais.