Grupo dos Direitos Humanos acusa Catar de prender e torturar LGBTs
A Human Rights Watch (HRW) entrevistou seis pessoas da comunidade que foram detidas no país e agredidas física e verbalmente
Segundo a Human Rights Watch (HRW) – organização internacional e não-governamental que defende e fiscaliza a aplicação dos Direitos Humanos –, forças de segurança do Catar, sede da Copa do Mundo deste ano, prenderam e maltrataram pessoas LGBT no país recentemente. Devido ao evento esportivo, os olhos do mundo todo se voltaram para o Golfo Árabe, e muito se fala sobre as medidas extremamente conservadoras que colocam a comunidade LGBT em risco.
Segundo a agência de notícias Reuters, a organização não-governamental disse que entrevistou seis pessoas LGBT do Catar, incluindo quatro mulheres trans, uma mulher bissexual e um homem gay que relataram que foram detidos entre 2019 e 2022 e submetidos a abusos verbais e físicos – que consistiam em chutes e socos.
“Todos os seis disseram que a polícia os forçou a assinar promessas indicando que iriam ‘cessar a atividade imoral’”, explicou a HRW, que relatou ainda que as mulheres trans foram obrigadas a participar de sessões de “terapia de conversão” em uma clínica patrocinada pelo governo.
No território, a homossexualidade é considerada ilegal. A principal preocupação, além da vida dos integrantes da comunidade, é com as mulheres em geral, que também são bastante discriminadas. Uma autoridade do Catar disse em comunicado que as alegações da HRW “contêm informações que são categoricamente e inequivocamente falsas”, mas não especificou quais informações específicas estão erradas.
Os organizadores da Copa do Mundo, que começa dia 20 de novembro, dizem que todos, independentemente da orientação sexual e identidade de gênero, são bem-vindos, mas também alertam que é melhor evitar demonstrações públicas de afeto. Por meio de um comunicado, a HRW disse: “A liberdade de expressão e a não discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero devem ser garantidas, permanentemente, para todos os residentes do Catar, não apenas para os espectadores que vão ao Catar para a Copa do Mundo”.