Governo francês pede punição a atletas que não usaram camisa pró-LGBT
Jogadores do Toulouse e do Nantes se recusaram a participar da partida entre os clubes devido campanha contra homofobia
Na foto, Campanha anti LGBTfobia foi rejeitada por alguns jogadores do time francês - Foto : Reprodução| Internet
A 35ª rodada do Campeonato Francês foi marcada por um episódio envolvendo a comunidade LGBTQIA+. Quatro atletas do Toulouse e um do Nantes se recusaram a participar da partida devido uma iniciativa contra a LGBTfobia.
A campanha “Gay ou hétero, todos nós usamos o mesmo uniforme“, realizada pela Federação Francesa de Futebol, promove a igualidade a partir da utilização de camisetas e acessórios pró movimento LGBTQIA+, que são usados pelos jogadores no campo.
O governo francês se manifestou, na última segunda-feira (15 de maio), e reprovou a atitude dos jogadores que se recusaram a participar da campanha, pedindo, inclusive, punições aos envolvidos.
"O objetivo da campanha era passar uma simples mensagem contra a discriminação, algo essencial em um país como a França, que defende e promove os direitos humanos", comentou a ministra do esporte, Amélie Oudéa-Castera, ao canal de TV France 3.
“Por isso, os jogadores que se recusaram a fazer isso devem ser punidos“, acrescentou a ministra. Antes do início da partida, o Toulouse divulgou uma nota explicando o ocorrido.
"Jogadores do elenco profissional manifestaram sua desaprovação com a associação de suas imagens com as cores do arco-íris que representam o movimento LGBT. Apesar de respeitar a escolha individual de seus jogadores, o Toulouse Football Club optou por dispensar os referidos atletas do jogo agendado para este domingo."
Já o Nantes anunciou que vai "punir financeiramente" o único jogador do clube que não participou da iniciativa, o egípcio Mostafa Mohamed, e que “o dinheiro será destinado à associação SOS Homophobie, que luta todos os dias contra a homofobia e saberá utilizá-lo”.
Na madrugada de terça-feira (16 de maio), Mohamed, que é muçulmano, explicou sua atitude nas redes sociais.
"Por minhas raízes, minha cultura, a importância das minhas convicções e crenças, não era possível para mim participar desta campanha. Espero que a minha decisão seja respeitada."