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Entidade LGBT repudia ataques homofóbicos contra Eduardo Leite em meio à tragédia no Rio Grande do Sul

Posicionamento da Aliança Nacional LGBT+ ocorre após veiculação de conteúdos que afirmam que as chuvas foram causadas pela 'ira de Deus' contra a sexualidade do governador

Neste contexto, a Aliança Nacional LGBTI+ solicita que as autoridades investiguem publicações que evoquem este tipo de discurso de ódio ao governador Eduardo Leite (foto) , uma vez que a homofobia foi equiparada ao racismo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) - Imagens : Agência Estadão

A Aliança Nacional LGBTI+ se posicionou contra os ataques homofóbicos direcionados ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), em meio à tragédia que o estado enfrenta desde as fortes chuvas que iniciaram há duas semanas. A nota de repúdio da organização da sociedade civil ocorre em meio à veiculação de conteúdos que afirmam que os gaúchos estariam enfrentando a calamidade devido à sexualidade do governador.

"Repudiamos veementemente as tentativas criminosas de associar a catástrofe natural que assola o estado ao fato de o governador ser um homem homossexual", diz trecho do posicionamento.

A nota cita um vídeo que viralizou ao longo da última semana, no qual uma mulher identificada como Neiva Borges afirma que a "ira de Deus" teria sido ativada contra a população do Rio Grande do Sul após a eleição de um governante homossexual.

Essas afirmações, além de ignorantes e intolerantes, configuram um discurso de ódio que não pode ser tolerado em nossa sociedade.

— Eu me vergonho por ser gaúcha de ter hoje como governador do Eduardo Leite, cuja primeira-dama é outro homem, e eu quero alertar a igreja do Senhor na Terra, dizendo que esse pecado de ter colocado um homem, cuja primeira-dama é um homem, no poder, isso ativou a ira de Deus contra o povo gaúcho — diz a mulher na gravação.

Neste contexto, a Aliança Nacional LGBTI+ solicita que as autoridades investiguem publicações que evoquem este tipo de discurso de ódio, uma vez que a homofobia foi equiparada ao racismo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Nas redes sociais, a nota de repúdio foi curtida pelo marido de Eduardo Leite, o médico Thalis Bolzan. Os dois assinaram união estável no final de 2023. Leite foi o primeiro governador do país a se assumir homossexual e desde o momento em que foi à público para falar sobre sua orientação sexual, em julho de 2021, o tucano assumiu o namoro com Thalis. À época, a declaração foi dada em entrevista ao "Conversa do Bial".

Chamado de "primeiro-cavalheiro" do Rio Grande do Sul, Thalis Bolzan, de 31 anos, é natural do Espírito Santo.

Segundo a Defesa Civil do estado, até esta segunda-feira, a tragédia já deixou 151 mortos e mais de 2,1 milhões de pessoas afetadas.

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