Brasileiro inaugura memorial em homenagem às vitimas da boate Pulse
Wilson Ferreira foi selecionado para criar obra instalada em São Francisco, na Califórnia. Atentado no clube LGBTQIAP+ em 2016 deixou 49 pessoas mortas
As vítimas do massacre na boate Pulse ganharam um memorial criado por um artista brasileiro. A obra criada por Wilson Ferreira, o primeiro artista brasileiro LGBTQIA+ a ter um memorial na cidade de São Francisco, na Califórnia, tem um 'escudo LGBTQIA+', que simboliza uma proteção à comunidade queer.
A obra foi inaugurada na última quarta-feira (07 de dezembro), no SF LGBT Center e o evento foi liderado pela ONG Aguilas . O massacre ocorreu em 2016, quando um atirador deixou 49 pessoas mortas na boate.
"Estamos honrados em liderar a criação deste memorial para os membros da comunidade que perdemos no Pulse, como pretendido pelos sobreviventes", disse Eduardo Morales, diretor executivo da ONG, que promove ajuda psicológica e humanitária para a população gay latina nos EUA.
"Este foi um momento significativo para nossa comunidade, já que a maioria das pessoas assassinadas durante o tiroteio eram, além de gays, latinas. Foi importante para a ONG assumir um papel de liderança na celebração da memória dos membros da comunidade que perdemos enquanto estimulamos o sentimento de orgulho de quem somos", complementou o diretor.
O artista Wilson Ferreira explicou ao jornal O Globo que a obra foi entitulada como "Aegis" e que ele a considera política.
"O memorial é um escudo, e por sua vez, escudo significa proteção. Nossa comunidade latina e LGBTQIA+ precisa ser protegida. Os 49 furos no escudo representam a ligação entre o terreno e o celestial. E a bandeira da nossa causa, atrás do escudo, está sendo protegida por ele", afirmou.
Ferreira ainda pontuou a importância da obra estar exposta em São Francisco, uma cidade reconhecida internacionalmente pelo acolhimento à comunidade queer.
"São Francisco 'pedia' a criação desse memorial. A cidade é reconhecida internacionalmente por acolher a comunidade LGBTQIA+ e historicamente tem essa 'função'. Harvey Milk, político e ativista gay, por exemplo, é um dos muitos nomes da cidade que têm uma história sólida e reconhecida nas lutas dessa causa", afirmou.
Em 20 de novembro deste ano outro atentato LGBTfóbico ocorreu em solo norte americano. Ao menos cinco pessoas foram mortas e 25 ficaram feridas em um ataque a tiros no Club Q, casa noturna LGBTQIA+ em Colorado Springs, em Denver. O atirador foi acusado de homicídio e crime de ódio.