Deputado acionará MP após pastor dizer que gays têm reserva no inferno
Pastor norte-americano, David Eldridge, fez discurso de ódio em evento evangélico no Distrito Federal atacando pessoas LGBTQIA+ e quem usa calça apertada
O pastor norte-americano David Eldridge (foto) fez as declarações de ódio em um evento no Parque da Cidade, no Distrito Federal, durante os dias de Carnaval - Imagens : Reprodução | Instagram
O deputado distrital Fábio Felix (PSOL) informou que irá acionar o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para pedir investigação sobre as declarações de ódio dadas pelo pastor norte-americano, David Eldridge, em um evento evangélico no DF, durante o Carnaval .
Eldridge afirmou que homossexuais, transgêneros, bissexuais e drag queens têm “uma reserva no inferno”. Ele ainda incluiu "no grupo" prostitutas, pessoas que assistem “coisas sexuais” na TV, mulheres que usam saia curta e homens que gostam de calça apertada. O evento ocorreu no pavilhão do Parque da Cidade.
“Você, moço, que está usando calça apertada, que é o espírito de homossexual: isso vai para o inferno! Você, moça, que quando sai de casa a saia está curta e apertada, você sabe o que está fazendo? Você tem uma reserva lá no inferno!”, disse o pastor em inglês, enquanto um tradutor informava às pessoas que acompanhavam o evento o que as frases significavam.
Além de acionar o MPDFT, o deputado Fábio Felix irá registrar um boletim de ocorrência na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin).
“ Discurso de ódio não é liberdade religiosa. É crime! […] O vídeo completo só agrava os absurdos que foram ditos. Além de condenar nosso afeto a um lugar ruim, subalterno, que precisa ser impedido de existir livremente nas ruas, o pastor também diz que homens que usam calças apertadas têm ‘espírito homossexual’”, escreveu o Felix nas redes socias. “O que se vê nessas imagens é o derramamento de combustível pro ódio constante que faz com que LGBTQIA+ sejam agredidos fisicamente e assassinados todos os dias”.
O parlamentar lembrou ainda que o evento foi gratuito e realizado em um espaço administrado pelo governo do Distrito Federal, o que agrava a situação: “A LGBTfobia não pode ser relativizada, tampouco promovida pelo poder público”.